Abro o Linkedin e sinto enorme ansiedade. Um conhecido está palestrando em um evento online importante. O outro está procurando uma professora de espanhol para um curso intensivo. A outra abraçou uma oportunidade de trabalho em uma cidade do interior.
Estão todos em plena atividade, concretizando sonhos, tirando os planos do papel. Quem se mostra é visto no mercado, quem se esconde não é lembrado, apesar de ser bom, de ser ótimo profissional.
Está todo mundo tentando alguma coisa: uma nova área, um novo emprego, uma nova maneira de ser ou viver. Todos almejando chegar a algum lugar muito longe e serem protagonistas da própria vida.
Quem não quer trabalhar todos os dias acreditando no que faz? Quem não deseja modelos mais flexíveis de trabalho, sem perder a produtividade? Quem não quer apertar o botão de pausa para recarregar a bateria? Quem não acha que precisa estudar mais, aprender mais, ler mais?
À propósito, quantos livros você comprou e ainda não leu? Aposto que já prometeu não comprar mais nenhum até liquidar aquela pilha toda. “Um livro por semana, será que eu consigo?” – e pronto, você estabeleceu uma meta!
Meta concluída, pelo menos no primeiro mês. Você anda com gás total, cheio de energia. E as ideias? São quantas borbulhando na sua cabeça? Vai fazer o que com elas? Eu sei, falta tempo, estamos todos no mesmo barco.
Mas se o tempo voa, é hora de correr atrás do prejuízo, apertar o passo. Trinta anos e ainda falta tanta coisa! Não é assim que você pensa?
Falta comprar a casa própria, encontrar um trabalho com propósito, meditar todos os dias, lavar a alma no mar do Caribe, se inscrever naquele curso de vinhos, começar um negócio digital, lançar seu curso online e cuidar da sua saúde mental.
Não sei se essa última está na sua lista, mas está no topo da minha.
Na era da ansiedade, um dos meus maiores desejos é manter a minha saúde mental em ordem. Sei que síndrome do pânico, transtorno bipolar ou depressão tem tratamento, mas mesmo assim.
Para não ter que lidar, vou sair do Linkedin agora e dar um tempo no WhatsApp. Prefiro ficar aqui pensando com meus botões em como o mundo está acelerado.
E depois…depois vou trabalhar!