Seguindo uma recomendação médica, Luciana Prakash começou a praticar yoga na primeira gravidez, há mais de 15 anos. Daí em diante, nunca mais parou.
Naquela época, ela não podia imaginar o que viria depois: a profissionalização, a abertura de um estúdio de yoga, a viagem para a Índia, a criação de um canal no Youtube e o lançamento de um curso online.
Junto com Ricardo Mitra, seu marido e parceiro de trabalho, Luciana pretende levar as práticas de yoga e meditação para mais pessoas. E a missão está sendo cumprida. No Youtube, a dupla já tem mais de 60 mil inscritos no canal Yoga para Você.
Um pouquinho dessa história a Luciana conta nesta entrevista que você vai ler agora. Ela fala sobre o primeiro contato com o yoga, a decisão de se profissionalizar, a experiência transformadora na Índia e a importância do yoga na atual fase: a segunda gravidez!
1 – Luciana, você começou a praticar yoga na sua primeira gestação, não foi isso? Conta um pouquinho…
Sim, foi isso mesmo. Eu comecei a praticar yoga aos quatro meses de gestação da minha primeira filha. Na época eu morava nos Estados Unidos, e apesar de sempre ter sonhado em ser mãe, comecei a sentir uma tristeza, uma ansiedade que eu não sabia explicar de onde vinham.
Estava tudo certo na minha vida, com a gravidez, mas acho que a ideia de ter um filho longe da minha família, dos amigos, da minha cultura, trouxe um fator desestabilizador a mais, com o qual eu não contava.
Na época, meu médico chamou de início de depressão, ou uma depressão leve e, assertivamente, recomendou que eu fizesse yoga. Eu segui a sugestão dele de bom grado, e nunca mais parei!
2 – Naquele momento da sua vida, de que maneira o yoga foi importante?
Em primeiro lugar, foi uma sensação maravilhosa de reencontro, como se eu tivesse voltado a praticar algo que eu já conhecesse a muito tempo, que estava ali só me esperando estar pronta pra recomeçar. Foi muito bom.
E depois veio todo o suporte físico e emocional. Eu fui descobrindo o que o meu corpo era capaz de fazer dentro dessa nova realidade da gestação. Me lembro de sentir um alívio imenso dos desconfortos do peso da barriga. As posturas me faziam muito bem fisicamente e foram uma preparação maravilhosa para o parto normal.
Além disso, a tristeza passou, a ansiedade diminuiu, o sono voltou a ficar mais regular, e eu passei a curtir a gravidez num outro nível, sentindo uma conexão maior comigo mesma e com o neném.
3 – Quando resolveu buscar a formação como professora de yoga e meditação?
Em 2005 eu voltei para o Brasil e onde eu morava não tinha yoga por perto. Por isso acabei montando um pequeno estúdio de expressão corporal, cuja modalidade principal era yoga.
Mas por ser longe da cidade, foi ficando muito difícil manter os professores engajados. Um dia a professora falou: “Lu, não dá mais pra mim, não consigo mais pegar estrada tantas vezes por semana, mas por que você não faz um curso de formação para professores de yoga? Você gosta tanto, tem tudo a ver com você!”.
Na hora que ela falou isso, foi tão óbvio pra mim…É claro que o caminho era esse, como não tinha pensado nisso antes? E assim foi! Me formei em 2006 e estou aqui até hoje, estudando, colocando em prática, me aprofundando nesse caminho do yoga.
4 – Como conheceu o Ricardo Mitra? rs
Nem eu nem o Mitra nos lembramos exatamente como e quando nos conhecemos, mas achamos que foi em 2010, 2011, em algum evento do Jai Vida, estúdio onde trabalhamos. Eu me lembro de já tê-lo visto antes, mas uma recordação marcante para os dois foi a ocasião da minha iniciação no Integral Yoga, em setembro de 2011. Ele estava presente.
Mas só nos aproximamos mesmo em 2013, quando participamos de um Grupo de Estudos do Bhagavad Gita. Ali foi o começo de uma amizade que acabou se transformando em amor.
5 – E a Índia, como surgiu a oportunidade de ir para lá? Conta um pouquinho dessa experiência!
A viagem pra Índia foi um divisor de águas na minha vida! Foi sem dúvida um dos melhores presentes que o Universo me deu.
Eu estava vivendo um momento difícil, muito conturbado. Estava questionando até mesmo o papel do yoga na minha vida e, num ato meio insano, decidi ir pra Índia sozinha, sem destino fixo, sem programação, sem muito planejamento.
6 – Qual o maior aprendizado que você trouxe dessa viagem?
O maior aprendizado que eu trouxe da Índia é o de que quando estamos no caminho certo, cumprindo o nosso Dharma, o Universo coloca em nosso caminho as pessoas, as ferramentas, os ensinamentos, as provisões necessárias para que a gente siga em frente. Nunca estamos desamparados!
Também aprendi que qualquer pessoa que passe por nossas vidas, por mais que às vezes possam passar como um furacão, deixando caos e desordem, o fazem para nos ensinar alguma coisa, para nos fazer crescer espiritualmente. E assim vamos nos aproximando da melhor versão de nós mesmos.
7 – Você está grávida novamente, né? 🙂 Como está se sentindo?
Sim, estou grávida novamente! Apesar dos enjoos do início da gravidez, tenho sentido uma felicidade imensa. Esse segundo filho foi muito sonhado, desejado. Mas sempre tinha algo que impedia. Uma hora não era com a pessoa certa, outra hora a situação financeira ou a quantidade de trabalho não permitiam. E a cada ano que se passava, esse sonho ia ficando mais distante pra mim.
Minha primeira filha já tem quase 15 anos e estou chegando aos 40 anos. Sinceramente, achava que não aconteceria mais. Mas como tudo na vida, veio na hora certa, exatamente como tinha de ser. Estamos muito gratos com mais esse presente em nossas vidas.
8 – Como o yoga está ajudando nesta nova fase, Luciana?
O yoga, mais uma vez, tem sido essencial. Tive que tomar algumas precauções no início da gravidez, então só agora, aos quatro meses de gestação, estou voltando a praticar os asanas, as posturas físicas do yoga. Mas essa é a beleza do yoga – vai muito além dos asanas!
Então as práticas mais sutis, como o relaxamento profundo, os exercícios respiratórios e a meditação foram as melhores ferramentas pra mim nesse início.
Além disso, esse período é uma ótima oportunidade para revisitarmos e colocarmos em ação a filosofia do yoga: aceitação, resiliência, não-violência, autocuidado, auto-observação… Tudo isso traz muito mais consciência a essa etapa mágica mas também cheia de desafios!
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Obrigado Marcela, lindo trabalho!!!🙏🙏🙏
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Eu é quem agradeço pelo feedback, Ricardo! Sucesso pra vocês!