Museu da Empatia? Sim, existe!

Empatia. A gente ouve muito essa palavra, né?

Mas será que não surge um ponto de interrogação na cabeça quando o assunto é colocá-la em prática? Será que a gente traz à tona esse sentimento nas nossas conversas e relaçõesQuem visita as exposições itinerantes do Museu da Empatia, nascido em Londres, tem essa oportunidade.

Ficou curioso (a) para saber como funciona a experiência por lá? Pois eu te conto agora tudo o que pesquisei sobre o assunto! 

Como surgiu a ideia?

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Foto: Empathy Museum

Tudo começou em Londres, em 2015. O filósofo australiano e um dos fundadores da The School of Life, Roman Krznaric, procurou a artista britânica Clare Patey com a proposta de criar um museu experiencial.

A inspiração veio do provérbio americano “never judge a man until you have walked a mile in his moccasins“. Na tradução literal, significa: “nunca julgue um homem até andar uma milha em seus sapatos”. 

Daí surgiu o primeiro Museu da Empatia do mundo, com uma exposição itinerante pra lá de interessante.

Chamada “A Mile in My Shoes” (Uma Milha em Meus Sapatos, em tradução livre), a mostra estreou no Totally Thames 2015 e depois passou por outros países, entre eles o Brasil.   

A experiência começa dentro de uma caixa de sapatos gigante como essa da foto acima. Você entra e escolhe um par de sapatos para calçar. Qualquer um, sem se preocupar se é o seu estilo ou seu número. Você simplesmente entra e calça os sapatos de alguém desconhecido, seja homem ou mulher.  

E o que vem depois? Em seguida, você recebe um Ipod Suffle e um fone de ouvido e dá play em um áudio gravado pelo antigo dono (a) do par dos sapatos. Durante uns dez minutos, você vai caminhar enquanto ouve a história de vida dessa pessoa.

Nesta hora é preciso estar aberto para ouvir e se surpreender. O salto alto que você calçou pode não ser de uma mulher. A história que você vai ouvir pode nem ser de luto ou superação. Talvez seja um relato de esperança, amor, coragem. 

E qual a proposta da experiência?

É permitir que você se coloque no lugar do outro e enxergue o mundo através dos olhos de outra pessoa

Um convite para sair da nossa bolha e conhecer outras realidades. Um momento de parar e pensar nos nossos preconceitos, julgamentos, crenças e valores. Um baaaaita exercício de empatia.  

No mínimo você sairá dessa experiência tomado (a) pelo desejo de mudança, nem que seja o desejo de mudar uma coisinha que seja em si mesmo para se relacionar com mais respeito, tolerância, compreensão e humanidade. 

→ Assista ao vídeo (em inglês) abaixo e saiba mais sobre o Museu da Empatia. 

As histórias 

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Na exposição, você ouve histórias de pessoas em diferentes situações de vulnerabilidade, seja de luto, superação, amor, exclusão, esperança, preconceito, desigualdade… 

Tem, por exemplo, relatos de ex-presidiário, refugiado, prostituta, dragqueen, ator, produtor local, entre vários e vários outros. Em cada áudio, uma história é contada por dez minutos, em média. Ouça algumas delas aqui. 

Veja também: vídeo com depoimentos de quem já conheceu a exposição! Está em inglês, mas dá para gerar a tradução automática em português. 

A Biblioteca Humana

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Foto: Empathy Museum

Além da exposição “A Mile in My Shoes”, o Museu da Empatia tem outros projetos. Um deles é a Biblioteca Humana, que me parece beeeeeeeem legal também! 

Funciona assim: você entra em uma cabine como essa da foto e, em vez de escolher um livro, escolhe um dos voluntários para contar uma história.

Mas nesta biblioteca aí, não tem nada de ficção não! É história real, a história de vida do próprio voluntário! Você ouve cada “livro vivo” por dez minutos e depois toca um sino para passar para o próximo.

E o que esperar dessa proposta pra lá de inusitada? A troca da palavra escrita pelo olho no olho. Ok ok, pode parecer estranho tudo isso,  mas se você estiver aberto (a) e disposto (a) para a experiência, acho que não será nada esquisito.

Meu palpite é que você pode gostar de sair da zona de conforto e abrir o coração e a mente para ouvir o outro. E se tem uma coisa que a gente precisa fazer mais, na minha opinião, é ouvir. Concorda?   

Museu da Empatia no Brasil 

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Em 2017, o Parque do Ibirapuera, em São Paulo, recebeu a exposição gratuita “Caminhando com os seus sapatos”, iniciativa do Intermuseus.  

A proposta foi a mesma do Museu da Empatia de Londres. Os visitantes entravam em uma caixa de sapatos gigante e escolhiam um par de sapatos para calçar. Enquanto caminhavam pelo parque, eles ouviam a história do antigo dono dos sapatos. 

→ Confira no vídeo abaixo a reportagem do Jornal da Gazeta sobre a exposição. 

 

Como visitar o Museu da Empatia?

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As exposições do Museu da Empatia são itinerantes. No site oficial você consegue acompanhar onde e quando elas acontecem.

A exposição “A Mile in my shoes” não tá rolando mais (afinal, pandemia), mas foi adaptada pro formato de podcast. Dá uma conferida aqui óh. 

De exposição tá rolando a From Where I’m Standing, que começou em julho de 2021 e segue até 18 de agosto, no Sceaux Gardens Estate, em Londres.

Ao longo de toda propriedade, são exibidos áudios e fotografias de diversas pessoas do Reino Unido pra mostrar o que a pandemia pode nos ensinar sobre empatia. Tudo ao ar livre.  Aqui no Instagram tem fotos e mais informações.

E será que um dia teremos “A Mile in my shoes” de novo, minha gente? Tô na torcida viu? Fiquei muito afim de conhecer! 

Para aprofundar 

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Se o assunto empatia te interessa, aqui vão alguns links que você pode gostar: 

Fim do post e hora de saber: o que você achou das exposições do Museu da Empatia? Curtiu a ideia? Ficou afim de viver a experiência? Deixe o seu comentário! 

2 Comentários


  1. Oi, Marcela.
    Já tinha ouvido falar deste museu, mas não o conhecia com os detalhes que apresentou. Obrigado 🙂

    Quero deixar uma indicação de um livro que não trata aborda a empatia como tema central, mas que o caracteriza como fundamento para o autoconhecimento. “Crer para Ver”, do Dr. Wayne Dyer. Este livro mudou minha vida.

    Parabéns pelo conteúdo de sempre 🙂

    Responder

    1. Ei Douglas,

      Legal seu comentário aqui! Não conheço o livro, depois vou dar uma pesquisada.
      Obrigada pela indicação e pelo feedback sobre o conteúdo.
      Espero te ver mais vezes por aqui.

      Abraço!

      Responder

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