É fato que as redes sociais são uma mão na roda, principalmente no meu trabalho. Mas pessoalmente falando, elas já potencializaram a minha ansiedade várias vezes e já me fizeram cair na cilada da comparação por tantas outras.
Já me fizeram errar caminhos, perder conversas e ficar parada dentro do elevador até perceber que não apertei o número do andar. Motivo? Distraída demais conversando no WhatsApp.
Por essas e outras ando me policiando cada vez mais para manter uma relação mais saudável com a tecnologia. E sei que mais pessoas têm essa mesma preocupação. Tem amigos aderindo ao detox digital, deletando o Instagram, saindo dos grupos de WhatsApp e por aí vai…
Em resumo, estamos colocando limites na nossa relação com a tecnologia. Estamos parando e dizendo “opa, pera lá! vamos com calma”.
Pesquisas apontam que…
Toda essa preocupação faz sentido. Dependendo da forma como você usa as redes sociais, elas podem sim potencializar a ansiedade, a baixa autoestima, a depressão, a sensação de isolamento, a solidão….
É o que apontam as pesquisas, leitor (a) querido (a)! Trago dados:
- Mais de 1/3 dos adultos nos Estados Unidos acha que as redes sociais prejudicam a saúde mental, de acordo com pesquisa da Associação Americana de Psiquiatria.
- Instagram e Snapchat são as redes sociais mais prejudiciais para a saúde mental e o bem-estar dos jovens do Reino Unido, segundo o relatório #StatusOfMind, da The Royal Society for Public Health (RSPH)
- O mesmo estudo aponta que as redes sociais são tão viciantes quanto álcool e cigarro
- O Facebook aciona a mesma parte do cérebro que o jogo e o abuso de substâncias, de acordo com estudo conduzido por neurocientistas da University of Southern California, nos Estados Unidos, e da Beijing Normal University, na China.
- No Hospital das Clínicas em São Paulo, existe um programa de dependência tecnológica para atender pessoas com comportamento compulsivo, seja em jogos ou redes sociais.
E Mark Zuckerberg tá ligado nisso…
Mark Zuckerberg, dono do Facebook, WhatsApp e Instagram, já vem dando seus pulos para tentar melhorar as coisas.
Exemplo disso é a decisão do Instagram de ocultar o número de curtidas e visualizações de vídeos das publicações.
O motivo? “Queremos que os seguidores se concentrem no que você compartilha, não em quantos likes seus posts recebem”, dizia o comunicado divulgado na época do anúncio.
Em outras palavras, eles não querem que os usuários sintam que estão em uma competição.E tudo indica que esse é só o começo. O Instagram também anunciou que vai testar outros recursos, como filtros para comentários, bloqueio de conteúdos, hashtags sensíveis e modo ausente.
A ideia desse último é incentivar os usuários a darem um tempo na rede social, sem que seja preciso excluir a conta.
Campanhas de saúde mental no Instagram
E os esforços não param aí. Campanhas de saúde mental também estão ganhando espaço no mundo encantado do Instagram. Uma delas foi a #RealConvo, assunto deste post aqui.
E mais: a rede social começou a oferecer ajuda a quem pesquisa pelas hashtags #ansiedade e #depressão no Insta.
Nestas situações, aparece a seguinte notificação na tela: “publicações com as palavras ou tags que você está procurando muitas vezes incentivam um comportamento que pode fazer mal a uma pessoa e até levá-la à morte”.
E aí você tem duas opções: obter apoio ou ver publicações mesmo assim. Se optar pela primeira opção, aparece a telinha abaixo bem no estilo #sóvem!
Escolhendo “falar com um voluntário da linha de apoio” você é direcionado para o site do Centro de Valorização da Vida.
→ Já falei do CVV neste post aqui. E neste outro também.
PS: Falei só do Instagram neste tópico, mas o Facebook pretende seguir os mesmos passos. E o Youtube também.
E por que nossas telinhas nos fazem menos felizes?
Adam Alter é psicólogo e professor da Universidade de Nova York. Há mais de cinco anos, ele estuda os efeitos das telas em nossas vidas (celular, Ipad, computador etc).
Dos estudos surgiu o livro “Irresistível: por que você é viciado em tecnologia e como lidar com ela” e o TED “Por que nossas telinhas nos fazem menos felizes?”.
Para assistir ao vídeo, clique aqui. É bem curtinho e tá traduzido para o português. Pra mim, o mais legal na fala do Adam Alter é quando ele diz que o nosso tempo pessoal deveria ser sagrado.
Tempo livre para hobbies, para relacionamentos pessoais, para criatividade. Pra mim, tempo cada vez mais importante e necessário! E pra você?!
Vida real x vida digital: onde está o equilíbrio?
Não me pergunte, também estou tentando encontrá-lo! hahaha…Mas agora falando sério… Para mim o caminho é fazer um acordo com você mesmo: todos os dias terei momentos de desconexão longe das telas.
E não vale se afastar enquanto vai ali tomar banho ou almoçar. É se desconectar quando estiver no seu tempo livre.
Desconectar para dedicar atenção à vida real. À sua família, ao seu marido, aos seus filhos. Exclusivamente. Nada de telinhas. Nada de WhatsApp. Nada de figurinhas. É vida real, olho no olho, celular na gaveta.
Fácil? Não, ainda mais para quem usa o WhatsApp ou as redes sociais para trabalhar. É o meu caso, inclusive.
Eu uso o WhatsApp no trabalho para um mundo de coisas. Eu poderia não usar, porque o meu celular é pessoal, mas vou te falar uma coisa: é uma mão na roda! Ajuda d+!
Só queeeee eu me policio e imponho limites. Tenho horários para ficar online, não me sinto pressionada a responder tudo na hora, mantenho as notificações desativadas e por aí vai.
São pequenos cuidados que me ajudam a descansar a mente e fazem diferença no fim do dia, principalmente na qualidade do sono.
E sabe outra coisa que também funciona pra mim? O detox digital. Inclusive falei sobre isso no ebook “Guia Prático para Uma Vida Mais Leve“. Recomendo fortemente, principalmente nas férias! Experimenta e me conta…
5 dicas para o detox digital funcionar
Bonita essa ideia de detox digital. Tá virando até moda essa palavra. Mas aí você me diz: Não dou conta. Detox digital é muito pra mim.
Te entendo e te digo que a ideia não é sofrer. Nada de ficar offline com o dedo coçando pra espiar o Instagram ou mandar áudio no WhatsApp.
É querer e estar disposto a se desconectar em alguns momentos ao longo do seu dia. Simplesmente ficar offline, longe do celular, sem sofrer com isso.
Hummm, parece difícil de imaginar? Pois eu acho que você pode se surpreender e acabar gostando da ideia! E tudo pode ficar mais fácil com as dicas do infográfico abaixo!
Redes sociais e saúde mental: para aprofundar
Se você gostou desse post, é provável que vá gostar de outros conteúdos que já produzi sobre redes sociais e saúde mental. Dá uma olhada:
- Ansioso demais para checar o WhatsApp?
- Alerta de ansiedade: acompanhar a vida dos outros nas redes sociais
- Fomo: o que é e como lidar com esse fenômeno potencializado pelas redes sociais
Indicação de livro: Conecte-se ao que importa
No Instagram do Blog Seja Leve já indiquei o livro “Conecte-se ao que importa: um manual para a vida digital saudável“. O autor é o jornalista de tecnologia Pedro Burgo, que durante cinco anos foi editor-chefe do Gizmodo Brasil.
No livro, o autor nos convida a olhar de forma mais crítica para a nossa relação com as tecnologias conectadas.
Ele também propõe a mudança de hábitos em relação à vida hiperconectada, pra melhorar a nossa qualidade de vida e conseguirmos mais tempo para o que realmente importa pra gente.
Para nos ajudar nesta difícil tarefa, Pedro compartilha sua jornada de autodescoberta e desintoxicação digital, que inclui nada mais nada menos do que a eliminação do WhatsApp da vida dele!
Indicação de podcast: Como a tecnologia afeta a nossa saúde mental?
![[Tags] redes-sociais-e-saude-mental2 Redes sociais e saúde mental: desconectar é preciso?](https://sejaleve.com/wp-content/uploads/2020/02/braincast-redes-sociais-saude-mental.png)
Em fevereiro de 2020, o Braincast – um dos podcasts da rede B9 – pôs no ar um episódio diferente do que geralmente estamos acostumados a ouvir. O tema? Tecnologia e saúde mental.
Eu achei maravilhoso eles jogarem luz sobre o assunto e gostei mais ainda da maneira como fluiu a conversa. Me identifiquei muito com a fala da Amanda Ramalho, produtora do podcast Esquizofrenoias e uma das convidadas do programa.
Ela, que sofre de distúrbio de ansiedade e depressão há muitos anos, deu exemplos pessoais de como a tecnologia, principalmente as redes sociais, já potencializaram os problemas que ela já têm.
Exemplo: você não curte Carnaval e decide que não vai forçar a barra e sair pra folia. Só que você abre o Instagram e vê todo mundo nos bloquinhos de rua, se divertindo à beça, como se não houvesse amanhã. Nessa hora você se culpa por estar em casa, deitada no sofá, assistindo Netflix.
Pode parecer meio boba a situação, mas pra quem está com a saúde emocional fragilizada, tudo toma outra proporção. O peso é maior.
Mesmo você sabendo que Carnaval não é a sua praia, você se compara com os outros e se cobra, se culpa, se critica. Quem nunca se sentiu assim? Eu levanto a mão primeiro!
Se você também se identifica, tire uma horinha do seu dia pra ouvir o podcast e entender melhor como a tecnologia afeta a sua saúde mental. E o que fazer com isso!
Fim do post e hora de saber: o que você acha dessa conversa de redes sociais e saúde mental? Faz sentido na sua vida? Me conta nos comentários a sua opinião! E se gostou do texto, compartilhe à vontade!
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É uma reflexão fundamental que devemos fazer sobre esse assunto. Gostei muito e vou compartilhar. Parabéns pelo blog! Ler as coisas que você escreve com certeza deixa a vida muito mais leve.
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Ganhei meu dia com o seu comentário, Beatriz. Obrigada!!
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Ah, Marcela, eu te amo! Eu comprei o livro que você recomendou em papel, em uma feira de promoção de rodoviária e está na lista de leituras.
Além disso, admiro muito suas postagens. Como professor de adolescentes, acompanho sias ansiedades diárias e excesso de tecnologia. Pelo lado bom, tenho um grupo de Whatsapp produtivo para cada classe para compartilhar conteúdos de Matemática e Física.
Mais uma vez, muito obrigado!
O mundo necessita de pessoas como nós.
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Ai meu Deus do céu, MORRI com esse comentário! Tô te devolvendo daqui todo o carinho e todo o agradecimento! MUITO OBRIGADA!
E WhatsApp tem sim seu lado bom. Como eu disse no post, é uma mão na roda no meu trabalho. Tenho retornos muito mais rápidos por lá.
Abração, Rafael, e depois me conte o que achou do livro.
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oi Marcela nunca li um artigo tão de acordo com o que eu penso…parabens! Loucura esse negocio de on line 24 horas…e como diz o Pedro Burgos precisamos de uma vida digital saudável…vou procurar ler o livro dele
Parabens pelo seu site um dos poucos que me interessa…grande abraço
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Ei Maliza, você por aqui de novo!!! que alegria!!! leia sim o livro do Pedro, é bem embasado e com dicas bem aplicáveis, pelo menos eu achei. Apesar do título “manual para a vida digital saudável”, a mensagem do livro não é nada impositiva ou estilo passo a passo. Eu gostei e recomendo.
Bjs e volte mais e mais!