5 famosos que falam abertamente sobre saúde mental

Tá todo mundo falando sobre saúde mental nas redes sociais. Essa é a minha sensação desde que a pandemia começou. Pelo menos é o que tenho visto na minha bolha. 

Por um lado, é preocupante, porque estamos falando de um tema sensível, delicado e que precisa ser tratado com responsabilidade.

Por outro, é urgente falar sobre o assunto numa pandemia como essa. Falar pra quebrar os tabus, pra fazer informação chegar, pra prevenir doenças, pra normalizar o pedido de ajuda, pra mostrar o que está por trás dos filtros do Instagram.

E quando é uma celebridade ou um influencer falando, a mensagem tem o poder de alcançar milhões de seguidores. Ainda mais se eles tiverem compartilhando suas experiências PESSOAIS E REAIS com a ansiedade, a depressão e outras doenças mentais, como tenho visto acontecer. 

Muitos estão só surfando na onda, outros já levantam a bola da saúde mental há anos. É o caso da Lady Gaga e outros famosos que você vai conhecer agora. 

1 – Lady Gaga

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Em 2017, a Netflix lançou o documentário “Gaga: five foot two”. No doc, a Lady Gaga contou que tem fibromialgia, uma síndrome que causa dor e fraqueza muscular em todo o corpo.

Os sintomas começaram a aparecer depois que a cantora foi diagnosticada com estresse pós-traumático, transtorno de ansiedade que teve como gatilho a série de estupros que ela sofreu quando era jovem. 

Na época, a Lady Gaga não procurou ajuda pra lidar com o trauma, simplesmente seguiu a vida sem processar o que tinha acontecido. Recentemente, ela até falou sobre isso em uma entrevista à Oprah

Eu não tive ninguém para me ajudar, não tive um terapeuta, não tive um psiquiatra, não tive um médico me ajudando nesse processo. De repente, eu me tornei uma estrela e viajei o mundo todo, saindo de quartos de hotéis para garagens, de limusines para palcos, e nunca lidei com isso. 

Foda, né leitor querido? E o pior é que a fibromialgia não tem cura. A Lady Gaga tá sempre em tratamento pra amenizar as dores, que inclui sessões de crioterapia (lê-se: mergulho numa banheira de gelo). O nível de dor é tão hard que ela precisou cancelar 10 shows da turnê pela Europa em 2018, além da vinda ao Brasil pro Rock in Rio, em 2017.

Além de falar abertamente sobre tudo isso – inclusive por meio da música – Lady Gaga é co-fundadora e diretora da Born This Way Foundation.

Junto com a mãe, Cynthia Germanotta, ela trabalha pra combater os estigmas em torno da saúde mental. Um trabalho que vem desde 2012, quando a fundação surgiu. Engajada MESMO.

2 – Whindersson Nunes

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Em 2016, o canal do Whindersson Nunes era o maior do Brasil em número de inscritos. Naquele mesmo ano, ele começou a namorar a cantora Luísa Sonza. Tudo ia bem por fora e mal por dentro, como descobrimos dois anos depois, em um post do Instagram.

Para homenagear a Luisa, ele postou:  

Quando eu te conheci, estava à beira de uma depressão. Tudo ia bem por fora e mal por dentro, a incerteza do futuro, pessoas que se diziam ser meus amigos falavam de mim pelas costas. ‘Não dura mais nem até o meio do ano, sucesso passageiro’, eu vivia fazendo os outros sorrir e chorava no hotel depois do show sem saber o que Deus queria de mim.

No ano seguinte, Whindersson voltou a falar da depressão, mas não numa declaração de amor. Dessa vez, foi um desabafo mesmo: 

Apesar de tudo de bom que vem acontecendo comigo, com tudo que já conquistei, eu me sinto há alguns anos triste. Eu vivo rodeado de abutres, urubus, cada um querendo a sua fatia do bolo, e ver tantas pessoas ruins me deixa deslocado, me questionando se eu faço errado em tentar nunca decepcionar

Leitor querido, pensa numa pessoa triste HÁ ANOS. Não é normal. Até hoje fico com o coração apertado lendo o desabafo, mas o bom é que ele procurou tratamento logo em seguida. Foram três meses afastado dos palcos e das redes sociais até o retorno com essa entrevista ao Fantástico

Ainda hoje, Whindersson lida com os altos e baixos da depressão e desabafa nas redes sociais. Recentemente, ele twittou que trabalhar sendo engraçado é uma coisa muito triste” e publicou esse vídeo pra marcar o retorno ao Youtube.

Confesso que custei a entender o roteiro, mas gostei demais da ideia de voltar com esse vídeo, mesmo que fuja completamente da pegada do canal. Faz todo sentido no momento, é simbólico.

É como se fosse um fechamento, um recomeço, um seguir em frente depois do luto. É também um lembrete de que todo mundo tem suas batalhas internas. Vale a pena assistir! 

3 – Príncipe Harry

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Em maio desse ano, o Harry e a Oprah lançaram a série “The me you can’t see” (O eu que você não pode ver, em tradução literal). A ideia é compartilhar conversas com pessoas que enfrentam ou enfrentaram a depressão, a síndrome do pânico e outras doenças. 

Um dos relatos é do próprio Harry, que revelou ter encarado uma época de pesadelo entre os 28 e 32 anos. Isso por conta das perseguições da imprensa britânica e dos traumas pela morte da mãe, a princesa Diana. 

Harry contou que sofria de ansiedade e ataques de pânico, mas sentia vergonha de pedir ajuda à família “porque, como muitas pessoas da minha idade, eu sabia que não dariam o que eu precisava”.

E parece que não deram mesmo, né? Na entrevista à Oprah, no início deste ano, ele e a Meghan contaram que a família real respondeu a todos os pedidos de ajuda com total silêncio e indiferença. 

As revelações deram o que falar, mas uma coisa ali não foi novidade pra mim: os problemas psicológicos do Harry. Ele já abriu o jogo antes pra engajar campanhas de saúde mental pelo Reino Unido. 

Quando era da realeza, era super atuante no Heads Together, projeto de saúde mental liderado pela Royal Foundation, organização sem fins lucrativos que concentra as atividades filantrópicas da família real.

4 – Ariana Grande  

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Vocês lembram do ataque terrorista em pleno show da Ariana Grande? O Google me lembrou! rs  Foi em 2017, na Arena Manchester, no Reino Unido.

No finalzinho da apresentação, um jovem muçulmano detonou uma bomba caseira do lado de fora do ginásio, deixando 23 pessoas mortas e 139 feridos, principalmente crianças. 

Depois do atentado, a Ari começou a sofrer de estresse pós-traumático, o mesmo transtorno de ansiedade da Lady Gaga. A revelação veio em 2018, numa entrevista à revista Vogue

É difícil falar sobre isso porque foi tanta gente que sofreu uma perda tremenda, muito severa. Mas, sim, é algo real. 

Ainda hoje, a cantora sofre com a ansiedade e fala sobre o assunto nas redes sociais, na tentativa de quebrar os tabus.

Em maio deste ano, ela aproveitou o mês da Conscientização sobre Saúde Mental nos Estados Unidos pra fazer uma série de posts no Instagram. Resgatei um trecho pra compartilhar: 

Estamos aqui para acabar com os tabus relacionados à saúde mental e normalizar o pedido de ajuda.

A cura não é linear, divertida, rápida ou fácil, mas estamos aqui e temos que nos comprometer a fazer com que esse momento seja o mais saudável, pacífico e bonito possível. O trabalho é difícil, mas somos capazes e merecemos, enviando muito amor e força.

Mas Ariana Grande não fica só nisso não, viu leitor querido? Vai além, muito além. Em junho deste ano, ela doou 1 milhão de dólares (+- R$ 4,9 milhões) em terapia gratuita pra uma plataforma especializada.

Meu sonho fazer uma doação dessas, sabia? Só me faltam os 🌽🌽🌽🌽.  kkkkkkkkkk

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5 – Felipe Neto

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Amado ou odiado, não importa aqui. O fato é o que Felipe Neto tem um alcance gigantesco nas redes sociais. São 42 milhões de inscritos só no Youtube.

Pensa no poder que esse cara tem nas mãos! Pensa no quanto ele pode encorajar jovens e adolescentes a buscarem ajuda pra sair da depressão?  

Ele falou sobre a doença pela primeira vez em 2017, com a publicação do vídeo “Baleia azul: o que você não sabe”. Excelente, por sinal! Super informativo e didático. Pra mim, esse trecho é o melhor: 

“Tem muita gente ‘glamourizando’ a depressão hoje em dia. Eu vejo muita gente usando capinha de celular do RIVOTRIL, como se fosse uma puta onda tomar remédio psiquiátrico.

Não é legal tomar Rivotril, não é bacana. Parem de glamourizar, de colocar a depressão como uma coisa artística, filosófica, cultural. NÃO. Depressão é doença e precisa ser tratada. Depressão não é bacana pra você se orgulhar de ter”. 

No mesmo vídeo, o Felipe Neto admitiu ter depressão. Ele disse que não era grave, que tomava remédios, fazia terapia e conseguia viver muito bem, apesar da doença. Um relato corajoso, se a gente pensar que os tabus eram muito maiores há quatro anos. 

Mas assumir publicamente uma doença mental é como dizer: NÃO É SÓ VOCÊ. TAMBÉM TÔ PASSANDO POR ISSO. PROCURE AJUDA, COMO EU PROCUREI. E essa mensagem tem o poder de salvar vidas, né leitor querido? Ainda mais num vídeo que já ultrapassou 9 milhões de visualizações!

Palmas pro Felipe Neto que continua falando do assunto até hoje nas redes sociais. Uma tentativa de tirar a depressão do armário, como ele reforçou nesta entrevista aqui ao programa Roda Viva, em 2020. Veja um trechinho: 

Infelizmente, a gente tem números crescentes e alarmantes de suicídio no Brasil e em todo mundo. E o pior: o número mais alarmante de todos é o suicídio entre os jovens. Essas informações foram um despertar pra mim.

Eu percebi que poderia falar pra essas pessoas e incentivá-las a também falar sobre a depressão. As pessoas sentem vergonha e medo de pedir ajuda, mas se você não pede a mão de alguém, você tende a caminhar pro lado mais trágico da doença.

Antes de ir embora, leia aqui 

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Se você tem depressão, ansiedade ou qualquer outra doença mental, procure ajuda. Não fique esperando passar. Não ache que é frescura. Não sinta culpa. Procure um médico.

Se estiver com pensamentos suicidas, ligue 188 gratuitamente. É o número do Centro de Valorização da Vida (CVV), que presta apoio emocional GRATUITO a qualquer pessoa que precisar.

O atendimento é 24h, sete dias por semana. Se não quiser ligar, acesse www.cvv.org.br/ e converse pelo chat.

Agoooooora sim, pode ir! 🙂 Volto na próxima semana COM VACINA NO BRAÇO, se Deus quiser! 🙏🙏🙏🙏

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