Eu vi a revista Gama divulgando “Terapia de Casal” e pensei: será que é muito dramática essa série? Fui assistir pra saber e vou te falar uma coisa viu…Maratonei a 1ª temporada numa sentada só!! Sem contar que bateu de novo a vontade de ser psicóloga!
Não sei se é porque eu faço terapia há mais de 10 anos e admiro a minha psicóloga, mas às vezes fico me perguntando: será que eu deveria cursar Psicologia aos 33 anos?
Pergunta que eu já levei pra terapia, inclusive, mas deixa meu dilema pra outro post e bora falar da série! rsrs
Terapia de casal: que série é essa?
Estamos falando de uma série documental produzida em 2019 pelo Showtime, rede de canais de TV por assinatura dos Estados Unidos.
No Brasil, a Globoplay comprou os direitos de exibição da série, que estreou no catálogo em abril de 2021. Tá disponível só pra assinantes e sem dublagem, ou seja, apenas com o idioma original (inglês) e legenda em português – prefiro assim.
E a história, qual é? Boooom, a primeira temporada acompanha as sessões de terapia de quatro casais reais: Annie & Mau, Lauren & Sarah, Elaine & DeSean e Evelyn & Alan.
Alguns têm 10, 20 anos de casamento, outros casaram há poucos anos. Todos são atendidos pela Dra. Orna Guralnik, psicanalista e psicóloga clínica com 26 de experiência.
A Dra. Orna Guralnik
A Dra. Orna é essa mulher elegante aí da foto! Elegante e toda cercada de livros nesse consultório chique e fake!
Não é o consultório real dela, acabei de descobrir que é o cenário da série! hahahaha. A gravação foi toda nesse espaço, que é lindo e você vai conhecer por dentro quando assistir.
Mas isso é só um detalhe! O interessante mesmo é observar a maneira como a Dra. Orna conduz as sessões. Fui TANTO com a cara dela! Que pessoa profissional, cuidadosa, sutil, habilidosa, discreta, elegante… (já falei elegante né? rs).
Enfim, tudo orna (desculpa, eu tinha que fazer essa piadinha! rs) e os diretores e produtores acertaram na escolha.
Nesta matéria do New York Times, o diretor Josh Kriegman conta que foram entrevistados centenas de terapeutas, mas eles sabiam, após um telefone de 20 minutos, que a Dra. Orna seria a escolhida. E eu fico aqui pensando que o valor da sessão dela deve ter TRIPLICADO depois que a série estreou! hahaha
O lado mais vulnerável da profissão
Todos os episódios da série mostram a Dra. Orna analisando os casos da terapia de casal com a sua consultora Dra. Virginia Goldner, psicanalista e terapeuta de casais dos Estados Unidos.
Em certos momentos da conversa, ela demonstra alguma inquietação ou dúvida em relação aos pacientes, mostrando um lado mais vulnerável e solitário da profissão de psicóloga (o).
Mas a série não entra muito nessa toada, nem na vida pessoal da Dra. Orna. Quer dizer, um dos episódios mostra o filho dela jogando futebol, mas é uma cena muito rápida. Não tem fala, nem nada.
Em outro episódio, gravado depois que a pandemia começou, o menino aparece de novo, dessa vez na cena em que a Dra. Orna aparece em casa, atendendo um casal por vídeo-chamada.
Mas os filhos dela foram filmados de longe e não deram entrevista. Nome, idade, sei de nada. O que deu pra ver é que a vida pessoal dela foi preservada na série, na medida do possível.
É parte do processo essa “distância de segurança” na relação terapeuta-paciente. Aproveitando, alguém sabe explicar melhor sobre isso? Quem puder, deixa um comentário pra gente!
Confidencialidade e privacidade
A essa altura do post, você pode estar se perguntando: COMO ASSIM ESSE POVO EXPÔS CASO CLÍNICO NA TV? KD O CÓDIGO DE ÉTICA? KD A CONFIDENCIALIDADE?
É, na verdade você pode estar gritando isso aí do outro lado né? hahaha E eu te entendo, porque também fiquei “meio assim” quando li a sinopse da série pela primeira vez.
Eu pensei na minha própria experiência terapêutica (nó, falei bonito agora! haha) e em como é IMPENSÁVEL pra mim compartilhar algo tão íntimo como a minha sessão de terapia. Imagina 20 sessões então? E olha que eu nem faço terapia de casal, hein?
Acontece que todos os casais participantes sabiam que seriam filmados e toparam embarcar nessa. Eles não eram pacientes da Dra. Orna, todos foram todos selecionados especialmente pra série.
Pelo que li, os interessados se inscreveram pela internet, preenchendo um formulário aqui nesse site. Depois, rolou um longo processo seletivo até a seleção dos quatro casais de Nova York que estão na primeira temporada. Eles fizeram de 15 a 20 sessões semanais com a Dra. Orna, sem nenhum custo, totalizando uns oito meses de terapia.
“Ah, mas então foi tudo encenação” – você responde aí do outro lado.
Olha leitora querida, olha leitor querido…Na minha percepção, aliás, no meu sentir, como diz Randolfe Rodrigues, são casais de verdade, com problemas de verdade. Pelo próprio desenrolar da série, não acho que teve manipulação ou qualquer outro tipo de interferência da equipe de produção.
Problemas reais e universais
Essa foto é muito representativa. É o casal na sala de espera do consultório antes da sessão começar. Ela meditando, ele na vibe “que que eu vim fazer aqui”.
Os dois participaram da primeira temporada, que trouxe casais com perfis e problemas bem diversos. Alguns problemas mais complexos, como a falta de confiança e a infidelidade, outros “menores”, como a falta de um acordo sobre a melhor hora de ter filhos.
Em comum, todos estão em crise e precisam de ajuda pra lidar com os problemas de relacionamento. Cada um carregando a sua bagagem, o seu passado, as suas experiências e a sua vontade de lutar um pelo outro. Senão não estariam ali, certo?
Mais interessante do que acompanhar o desenrolar de cada história, foi perceber mais uma vez como os problemas de relacionamento são universais, em muitos casos.
Eu e você poderíamos estar passando pela mesma coisa agora. Ou já vivemos algo parecido antes. Ou nos reconhecemos em alguns padrões de comportamento, seja da mulher ou do homem. Eu me reconheci. E depois refleti. E agora vou levar pra terapia. hahaha
Mas sabe o que mais me chamou a atenção nisso tudo? (olha eu dando spoiler pra minha psicóloga…rs) O quanto as nossas experiências mal-resolvidas do passado impactam na nossa vida atual.
Não adianta empurrar pra debaixo do tapete e simplesmente não lidar. Você pode nem perceber, mas “as coisas do passado que você não quer acessar são sombras no seu presente”. Eu até notei essa frase da Dra. Orna de tão forte que bateu em mim. rsrs
Agora, bora ouvir a Dra. Orna
Estamos caminhando pro fim do post e quero compartilhar essa entrevista do canal CBS News com a Dra. Orna e o diretor da série, Josh Kriegman. Os dois foram entrevistados em setembro de 2019, antes da estreia da primeira temporada na TV americana.
Eles reforçaram algumas coisas que falamos aqui, como o desafio de capturar o que acontece dentro do consultório preservando a autenticidade disso, ou seja, mantendo as pessoas reais, abertas e vulneráveis. Em outro trecho, a Dra. Orna entra um pouco na questão da confidencialidade e privacidade.
Bora assistir? A entrevista dura 20 minutos e está em inglês, mas você pode configurar a legenda automática em português.
Vem aí a segunda temporada
Simmmm, vai ter mais terapia de casal pra gente assistir! A segunda temporada foi gravada entre fevereiro e setembro de 2020, ou seja, em plena pandemia do novo coronavírus. A maior parte das gravações foi à distância, com a Dra. Orna em casa e os pacientes também.
Pensa aí em tudo o que estamos vivendo desde 2020 e me diga se não vem CAOS por aí. Dessa vez, serão três novos casais e seus problemas nem tão novos assim. Perda do emprego, a luta contra o alcoolismo, a gravidez não planejada e a vida idealizada são alguns deles.
JÁ TÔ COM A ROUPA DE ASSISTIR E VOCÊ?
Não sei ainda quando será a estreia aqui no Brasil, se você souber, me avisa nos comentários faz favor! Até lá, ficamos com o trailer da temporada 2.
Entrevista com a minha psicóloga
A Alexandra, minha psicóloga, é especialista em terapia de casal e me deu uma entrevista há mais tempo explicando como funciona. Tá bem legal, vem ler!
Fim do post e hora de saber de você: já tinha ouvido falar na série? já assistiu? vai assistir? Conta tudo aí nos comentários e bora papear!