Recentemente o cantor e escritor Padre Fábio de Melo concedeu uma entrevista revelando que está em tratamento contra a síndrome do pânico.
Ele já havia sido diagnosticado há dois anos e agora os sintomas voltaram.
Achei super positivo ver uma figura pública falar abertamente sobre isso, porque o Brasil já é o número 1 no mundo em transtornos de ansiedade. A síndrome do pânico é um deles.
É preciso que alguém reforce o alerta de que a coisa está séria.
Mais ainda, acho que esse assunto não é disseminado e discutido como deveria, inclusive no que se refere às políticas públicas voltadas para diagnóstico e tratamento desses transtornos.
É que existem os preconceitos, tabus e desinformação quando se fala em síndrome do pânico, depressão, ansiedade generalizada etc.
Mas aqui no blog pretendo falar muito disso!
Vamos lá então?
O que é síndrome do pânico?
É um transtorno de ansiedade caracterizado por ataques de pânico, que são surtos de medo ou desconforto intenso que podem ocorrer a partir de um estado calmo ou ansioso.
Essa é a definição que consta no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), considerado referência por médicos em todo mundo e também pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Ainda de acordo com a publicação, esses surtos são recorrentes e inesperados.
Parecem surgir do nada, até mesmo quando a pessoa está relaxando ou despertando do sono (ataques de pânico noturnos).
Quais os sintomas?
De acordo com o DSM-5, quatro ou mais sintomas físicos e/ou cognitivos são exigidos para o diagnóstico da síndrome do pânico. São eles:
- Palpitações, coração acelerado, taquicardia;
- Sudorese;
- Tremores ou abalos;
- Sensação de falta de ar ou sufocamento;
- Sensações de asfixia;
- Dor ou desconforto toráxico;
- Náusea ou desconforto abdominal;
- Sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou desmaio;
- Calafrios ou onda de calor;
- Anestesia ou sensações de formigamento;
- Sensação de irrealidade ou de estar distanciando de si mesmo;
- Medo de perder o controle ou enlouquecer;
- Medo de morrer
Esses sintomas se manifestam no ápice do ataque de pânico, que é atingido em minutos.
E o que acontece depois?
Depois de uma crise, a pessoa volta ao seu estado normal, porém, permanece apreensiva e preocupada com a possibilidade de novas crises.
“Será que terei um ataque cardíaco?”
“Será que tenho um transtorno convulsivo?”
“Será que vou enlouquecer”?
Esse tipo de pensamento é muito comum.
Além disso, existe o medo dos sintomas se manifestarem na frente dos outros, gerando constrangimento e embaraço.
Outra preocupação é que a crise aconteça em lugares e situações em que não seja possível conseguir ajuda ou sair rapidamente. Exemplos:
- transporte público;
- locais abertos (estacionamentos, pontes, mercados etc);
- locais fechados (cinemas, elevadores, salas de reuniões etc);
- filas e multidões.
Em grande parte dos casos, essa ansiedade “por antecipação” acaba desencadeando a agorafobia. É um outro distúrbio de ansiedade que, nestes casos, está associado à síndrome do pânico.
O tratamento
A combinação entre antidepressivos e terapia cognitivo-comportamental tem se mostrado o método mais eficiente para tratar a síndrome do pânico.
Porém, às vezes pode ser recomendada só terapia ou medicação. Tudo depende da gravidade do caso, da preferência do paciente, do histórico dele, entre vários outros fatores.
O tratamento mais adequado deve ser definido conjuntamente entre médico e paciente, depois de uma conversa franca entre os dois sobre efeitos colaterais, tempo para redução dos sintomas, chances de reincidência etc.
A pessoa precisa saber, por exemplo, que é comum os antidepressivos agravarem o estado de ansiedade na primeira semana de uso. Se isso não for falado abertamente, ela pode interromper o tratamento por conta própria.
Outra coisa que precisa ficar bem clara é o papel do paciente neste processo. Ele precisa, por exemplo, investir tempo e os recursos necessários para as sessões de terapia, se houver recomendação.
Quanto tempo dura o tratamento?
De forma geral, o tratamento com antidepressivos não dura menos do que seis meses.
Os primeiros sinais de melhora costumam aparecer entre 20 e 30 dias após o início da medicação.
Porém, mesmo que a pessoa se sinta bem, ele deve continuar tomando os remédios, para evitar as chances de reincidência dos sintomas (cerca de 80%).
O médico só suspenderá a medicação quando tiver certeza que, gradativamente, o paciente está voltando à condição de vida que tinha antes.
Ainda assim, o ideal é continuar com as sessões de terapia em longo prazo, para o próprio processo de autoconhecimento e também para minimizar as chances de recaídas.
Isso pode acontecer, principalmente nos dois primeiros anos após o controle da síndrome do pânico.
Importante: As informações divulgadas neste artigo não pretendem substituir a consulta médica. Se você tem os sintomas da síndrome do pânico, procure um médico :-).
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tive esta síndrome no Rio de Janeiro, mas com fé e tratamento melhorei… acho que vindo morar na suissa 80% agradeço por este lugar ser calmo e tranquilo, mas ficaram alguns sintomas, vc acha q devo me tratar denovo??
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Ei Kátia, tudo bem? Fico feliz por saber que vc se sente melhor! Sobre a sua pergunta, eu sugiro que vc procure um psicólogo para que ele te oriente quanto à necessidade ou não de tratamento. Se não conhecer nenhum profissional aí na Suiça, tente agendar uma orientação psicológica online, em um desses sites:
http://www.psicologiaviva.com.br
http://www.terapiaadistancia.com.br
Espero ter ajudado!
Um abraço e obrigada pelo comentário