Slow living: que movimento é esse?

Achei minha turma. Foi o que pensei quando comecei a estudar o slow living. Tudo começou com a leitura do livro “Devagar”, do jornalista escocês Carl Honoré.

Fui lendo, lendo, lendo até que cheguei à conclusão de que eu já praticava o slow living sem saber que era slow living. E o Seja Leve tá muito conectado a esse movimento. É, achei minha turma. 

Mas afinal, do que estamos falando aqui? Que movimento é esse que vai na contramão da nossa cultura cada vez mais acelerada? Continue lendo o post pra entender. 

Mas antes, como surgiu o slow living? 

Surgiu na Itália, na década de 80. Era 1986 e o MCDonald’s se preparava pra abrir uma loja no centro histórico de Roma, perto da praça Piazza di Spagna, um dos principais pontos turísticos da cidade.

Em reação à chegada do movimento fast-food no país, o jornalista italiano Carlo Petrini e mais dois amigos, todos ativistas políticos, organizaram uma manifestação anti-MCDonald’s e em defesa da boa comida, consumida com prazer e sem pressa.

Foi aí que ouviu-se falar pela primeira vez no termo “slow food”. Na mesma época, a expressão apareceu no Manifesto do Slow Food, escrito pelo poeta e intelectual Folco Portinari e lançado oficialmente em dezembro de 1989, no Teatro Opéra-Comique, em Paris, na França. 

No lançamento, delegações de 15 países assinaram o Manifesto e se comprometeram com o movimento internacional que nascia ali. Hoje, o slow food está presente em mais de 160 países, entre eles no Brasil, sabia? Por aqui, a Associação Slow Food foi fundada em 2013. 

Slow living: um movimento? Um estilo de vida? 

O slow living é um estilo de vida que nos convida a fazer as coisas no tempo certo. A saber quando ir rápido e quando desacelerar. A simplificar. A viver com mais calma e simplicidade. A sair do piloto automático e fazer escolhas mais conscientes.

A avaliar quando a correria faz sentido e quando não faz. A rever prioridades. A falar não e abrir mão. A compartilhar – espaços, coisas, ideias, serviços. A gerir o nosso tempo com mais autonomia. A resgatar a nossa essência e nossos valores. A consumir com mais consciência. A estar presente de verdade no momento

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A trabalhar menos e melhor. A ressignificar a nossa relação com o trabalho. A nos reconectar com nós mesmos e com os outros. A resgatar tradições (trabalho manual, por ex). A se conectar com as pessoas de forma menos tecnológica. A viver com mais liberdade. A ter tempo para as coisas significativas. A caminhar com mais calma. 

Aí você me diz: eu hein…que papo é esse? O mundo acelera e pede pressa, já dizia Lenine. Tá achando que vou ficar pra trás? Aqui é sociedade da performance, onde os lentos não tem vez. Vai dar seus passos de tartaruga e me deixa. Sem tempo irmão.  

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Aí eu te digo: CALMA. Slow living não tem nada a ver com gente preguiçosa, lenta, pouco produtiva ou sem ambição. E você não precisa virar hippie ou zen budista pra ser adepta (o) do slow living. E nem morar numa ecovila ou passar férias num retiro espiritual. 

Esqueça os estereótipos, as fórmulas prontas, as regras

Não tenho aqui uma lista de 10 dicas infalíveis pra uma vida mais slow. Também não trago um passo a passo pra você aderir ao slow living em 30 dias. Muito menos vou revelar os segredos da felicidade nesse post. 

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Cada um tem a sua realidade, a sua rotina, as suas necessidades e possibilidades. O que funciona pra mim pode não funcionar pra você. As mudanças que estou fazendo na minha vida, inspiradas pelo slow living, podem ser inviáveis na sua. E a vertente do slow que faz sentido pra mim pode fazer zero sentido no seu momento atual (e vice-versa!). 

Por isso sou avessa às regras, às fórmulas prontas e às dicas matadoras. Recomendo o olhar curioso e a cabeça aberta para conhecer e experimentar o slow living à sua maneira. Esse é apenas um dos caminhos para uma vida mais leve. Não é a tábua de salvação.  

As vertentes do slow

O slow living é um conceito guarda-chuva. Debaixo dele estão várias vertentes do slow: 

  • Work: trabalhar menos e melhor. 
  • Travel: viver o máximo possível em uma viagem. 
  • Fashion: consumo consciente e sustentável na moda. 
  • Content: mais qualidade do que quantidade na produção de conteúdo. 
  • Parenting: infância sem pressa. 
  • Medicine: relação médico-paciente como um dos pilares da prática médica. 
  • Beauty: viva a beleza natural. 
  • Cities: explore a sua cidade. 
  • Money: valorização da economia local. 
  • Reading: se desligar do mundo e saborear a leitura com calma. 

Eu não sigo todas as vertentes, mas vejo sentido em todas elas, principalmente no slow work, slow content e slow reading, que tem muito a ver com o meu momento de vida atual.  Vou falar sobre isso nos próximos posts, combinado?

Aderindo ao slow living 

Praticar o slow living envolve mudanças de hábitos, comportamentos e atitudes. Algumas maiores, outras menores. Por trás de todas elas, estão os princípios do movimento slow e a busca por mais qualidade de vida, essencialmente.

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Por aqui, as mudanças começaram com mais força durante a quarentena. Tive que desacelerar na marra, como contei neste post. Comecei a questionar a minha rotina, os meus hábitos, o meu estilo de vida.

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Algumas decisões surgiram daí, como por exemplo:

  • Comprar uma bicicleta e começar a pedalar;
  • Fazer uma pausa no Seja Leve para me dedicar ao trabalho CLT;
  • Intensificar o detox digital aos fins de semana;
  • Cozinhar mais em casa;
  • Frequentar mais parques e praças, pra estar em contato com a natureza.

Outras mudanças estão sendo amadurecidas, mas enxergo o desacelerar como um processo que leva tempo. Vou aos poucos, mudando o que for possível dentro da minha realidade. 

Slow living: para aprofundar

Esse assunto está longe de se esgotar por aqui, mas vou compartilhando conhecimento em “doses homeopáticas”, tá? Assim o post não fica cansativo e grandão demais. Vou encerrar por hoje, deixando algumas referências pra você se aprofundar:  

:: Livro

Devagar – como um movimento mundial está desafiando o culto da velocidade

:: Vídeo

Movimento slow living ganha cada vez mais espaço 

::Ação

Dia Sem Pressa | dia sem lives | dia de pausa 

Fim do post e hora de te perguntar: você tem alguma dúvida ou curiosidade sobre o assunto de hoje? Deixe o seu comentário ao fim do post e vem pra conversa! 

3 Comentários


    1. Ei Aurora, legal que vc se interessou! obrigada por compartilhar seu post também.
      Sucesso pro seu blog, viu? Abração!

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  1. Acabei de ler o texto é também. Em.alguns aspectos já prático.
    Tanto que aqui em casa me chamam de Lenta lerda, mais não ligo kkkķk
    A agora não entendi por que dia sem lives.
    Abrcs.

    Responder

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